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Multivivências


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Multivivências

Arqueologia espiritual, contributos

 

 

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Diz-se desde sempre que há forças que interferem nas nossas vidas. Essa certeza, necessária, suporta a dor da incapacidade e a frustração do desgosto, mas também a humildade da sabedoria e a introspeção do sucesso.

Stefward Losy (Dinamarca, séc. XVIII)

 

 

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Introdução

 

No final da época mitológica, aquando da deterioração dos compromissos entre o mundo da matéria e o da imaginação, os espíritos foram vistos como a solução mais eficaz para evitar a total e irreversível rutura. Os espíritos, inicialmente pré-encarnados, acabaram por ser a solução para um novo elo, inutilizando o papel dos anjos que, por evoluírem por mimese, já tinham visto comprometida a sua neutralidade, acabando, na partida do Olimpo, por ficar a viver com os humanos.

Inicialmente os espíritos pouco mais seriam do que uma forma de expressão, uma abstrata representação lexical, mas o seu número expandiu-se e, assim que foram sendo atualizados na sua versão desencarnada, a individualização da ideia criou singulares suficientes para que a ferramenta se transformasse na própria ação. 

As comunidades de espíritos rebelaram-se, logo desde o início, contra Anúbis e Perséfone, os guardiões do Portal de Pedro, e esta tomada de posição só não teve um final indesejado porque o Olimpo até acabou por defender a sua causa.

Os Indigo, comandados por X-Vantim, foram a primeira linhagem dissonante a assumir intenções de liderança no mundo supersensorial e a conseguir, com o seu carisma, influenciar e provocar a maior revolução de sempre no estabelecimento das novas hierarquias sobrenaturais.

Desde esse primeiro momento convulso que o divino espiritual parece começar a estabilizar e é justamente sobre as suas conquistas no mundo etéreo que este trabalho se debruça. Conquista de espaço, inteligência de método e elasticidade formal são o que carateriza estes descendentes do Olimpo, os espíritos.

 

 

A eles me dediquei durante alguns anos de investigação e agora, tendo eu próprio também já alcançado a minha memória imortal, deixo este contributo aos que ainda acreditam que a morte do corpo é o fim.

É, além do propósito esclarecedor, um alerta e um convite.

Primeiro, um alerta para os que se distraem com a vida, afirmar a possibilidade de atingir uma distração verdadeira, sem fim. Alerta porque terá de ser cada um a encontrar a sua porta de acesso, não há duas vidas a despertar pelo mesmo estímulo.

Finalmente um convite à atenção no detalhe, no frágil, em tudo o que não se quer evidenciar. Um convite ao despertar para a importância de tudo que é o todo. Aí está o fim da ansiedade, a solução do imortal.

 

 

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I. Contexto da criação

 

O Olimpo entrou em estado morno. Os humanos que, com as suas preces e rituais, celebravam os deuses, foram, gradualmente mas de forma galopante, deixando de o fazer. Como a energia que alimenta o divino é a convicção ritualista dos seus adoradores, o Olimpo começou a definhar. 

Aos humanos ainda foi dada uma hipótese de recuperação da crença. 

A decisão foi discutida num consílio dos deuses, o Consílio do Calor, que, por atitude vingativa da fação derrotada, que via na atitude dos humanos uma ofensiva ingratidão, acabaria por dar origem a Nordoom, o primeiro vampiro de sempre. A derradeira tentativa de reconquistar as criaturas pensantes conviveu com a vontade de as eliminar.

A ordem divina, que aos olhos dos ainda crentes sempre serviu de guia de comportamentos, ficara comprometida quando os seres humanos se aperceberam de que os deuses não se conseguiam harmonizar. Por um lado, ofereciam-lhes uma nova entidade, os espíritos, supostamente uma porta para a eternidade, por outro, introduziam no planeta uma nova espécie que tinha como caraterística mais incontornável a sua antropofagia, os vampiros.

 

 

Foi a constatação desta incompreensível dicotomia, sinal da desorientação que reinava no Olimpo, que afastou os humanos da vontade de se reaproximarem dos deuses, fracassando essa última possibilidade de ligação.

Assim terminou o momento da História da Humanidade chamado Período Mitológico, levando à saída do Olimpo do nosso sistema solar. Assim os deuses nos deixaram, definitivamente.

No último consílio do Olimpo no nosso sistema solar, significativamente conhecido por Consílio da Herança, por proposta de Zeus e aprovação de Odin, foram criados os espíritos, a primeira e única espécie criada no Olimpo a não necessitar de fé como alimento, fugindo, assim, à mais elementar noção de divindade.

Independentemente de sobre eles recair ou não algum tipo de adoração, os espíritos seriam eternos aglomerados contínuos de memória, ora encarnados, ora desencarnados.

Prevendo o fracasso do projeto de aproximação, Odin, o titã de vidro, já tinha determinado que, fosse qual fosse o resultado da estratégia, os espíritos ficariam na Terra, como um presente permanente para o ser humano. Seria a possibilidade odínica de contribuir, com a tendencial iluminação dos seres humanos, para a memória intervidas, a derradeira imortalidade, a que nunca permite esquecer, continuamente também através da vida sem corpo, não só a capacidade de encontrar beleza no mundo, como a imaginação para a reinventar.

Assim os espíritos contribuiriam para que a aventura do sobrenatural se não perdesse e o ser humano pudesse continuar a sonhar com o impossível.

 

 

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II. Os pré-encarnados

 

Quando a primeira e simbólica centena de espíritos nasceu, os únicos pré-encarnados, os puros, os que nunca tinham sentido a imperfeição do corpo, a indefinição sobre a sua própria substância criou o primeiro atrito.

O Olimpo criou os espíritos como arquivos de memórias, sem corpo, sem personalidade, apenas blocos de informação acumulada nos momentos encarnados e mantida em fluxo contínuo até à vida seguinte.

 

 

Os momentos intervidas não foram determinados, porque isso não foi considerado sequer um problema – era suposto os espíritos terem uma existência curta enquanto desencarnados, saltando quase, se não imediatamente, de uma vida para outra. O Olimpo não previu a resistência da sua existência sem corpo, justamente a que tomou as rédeas do sobrenatural, mal os deuses desapareceram da equação.

Outro aspeto sobre o qual o Olimpo não deixou nada determinado foi a individualidade ou a coletividade da consciência das memórias. Se os espíritos partilhariam a informação entre todos ou apenas a acumulariam de vida para vida. Negligenciou, também aqui, a questão que haveria de despoletar a independência dos espíritos, a questão que opunha uma união espiritual universal à multiplicação de possibilidades espirituais.

Falhou ainda, tal a desorientação divina, determinar a data da primeira encarnação destes 100 primeiros espíritos, os únicos pré-encarnados, tendo estes ficado séculos e séculos de tempo terrestre sem qualquer atividade existencial, enquanto os morosos debates sobre o que ficara por determinar aconteciam.

Porque os espíritos, dada a sua natureza, só existem no Portal de Pedro, na ausência de determinações prévias sobre todos os aspetos de qualquer nova criação, neste caso os espíritos, quem decide ao que falta determinar, por jurisdição, é a dupla Anúbis e Persefone.

Sendo presenças contínuas entre vidas, é através dos atos da morte e do nascimento que a substância dos espíritos se concretiza, pelo que toda a sua existência depende de conseguirem efetivamente fazer essa passagem intermundos. O local onde tal acontece chama-se Portal de Pedro e é o espaço intermédio entre a vida e a morte.

Este Portal de Pedro tem como guardiões eternos as divindades Anúbis e Perséfone, que regulam tudo o que com este mundo se relaciona.

Acontece que, apesar da eficácia e harmonia do trabalho deste duo regulador, a eternidade da sua existência conjunta foi gerando, aqui e ali, pequenos atritos, tendo chegado ao ponto de haver uma rivalidade declarada entre os seus adoradores, os anubitas e os persefitas.

 


 

Tendo a definição dos tais elementos em falta da natureza dos espíritos sido apanhada neste medir de forças, sobre muitos aspetos não foi possível gerar consensos, acabando os anubitas, com maior representatividade, por influenciar significativamente as decisões.

O período que decorreu entre a criação dos espíritos e a sua primeira vida, decorreu, portanto, enquanto os debates sobre a própria natureza dos espíritos decorriam. Os 100 espíritos, inicialmente apenas invólucros vazios, coletores de memórias, estiveram sempre presentes nesses momentos quentes.

Foram, com a sua própria atenção, registando esses debates e construindo as suas primeiras memórias. Vazia de tema e rumo, esta centena de espíritos tudo registou do que assistiu enquanto aguardava passivamente a primeira encarnação.

Na diferença de sabedoria que cada ângulo de visão proporciona, cada espírito foi guardando na sua memória individual um registo único dos acontecimentos, provocando mesmo, logo desde o início, pequenas divergências entre os 100.

A dada altura, os anubitas e os persefitas debatiam a questão, previamente identificada, da consciência das memórias, se seriam de fluxo horizontal (passando entre espíritos, tendencialmente uma união universal), ou vertical (acumulada em percursos únicos de multividas).

Aquando da discussão em causa, um espírito, X-Vantim, pede, pela primeira vez, para intervir, manifestando-se contra a irradiação das memórias por fluxo horizontal, sentindo como inevitável essa tendência, apoiada de forma intransigente pelos anubitas. Defendeu a diversidade espiritual contra a unificação dos espíritos, identificando como crime a eliminação dos indivíduos. Alegou desatualização nos procedimentos de Anúbis, que continuava a não perceber que é da diversidade que a sobrevivência se constrói. Segundo X-Vantim, pela incapacidade de compreender este facto definhava o Olimpo, por isso morria aos poucos e acabaria por desaparecer.

Um grupo de apoio a X-Vantim, os Indigo, conseguiu persuadir alguns anubitas a juntarem-se aos persefitas e a apoiarem a causa do fluxo vertical, equilibrando mais a balança, mas, ainda assim, o fluxo horizontal continuava perigosamente preferido.

 

 

Foi então que os debates foram interrompidos. Zeus, Hades e Poseidon entravam no espaço e fez-se silêncio.

Anúbis e Perséfone honradamente veneraram o trio olímpico e foram devidamente cumprimentados também.

Zeus disse breves palavras, justificando a visita como um adeus. O Olimpo partia para longe e despedia-se assim, pessoalmente, de todos os mais importantes parceiros na dinâmica da imaginação humana.

Apercebendo-se da presença dos espíritos, Zeus perguntou o que faziam eles ainda ali, porque não tinham ainda encarnado.

Obteve como resposta um breve historial do que ficara por definir e o resumo do debate, sobre o fluxo das memórias, que a sua presença interrompera.

Zeus, então, retirou-se com os seus dois irmãos e, após reunião breve, regressou ao espaço e manifestou-se absolutamente contra a possibilidade horizontal dos fluxos espirituais, afirmando que isso ia contra o propósito da sua criação, pois era suposto os espíritos possibilitarem a imortalidade a cada ser humano, individualmente, pelos tempos.

A intervenção de Zeus acabaria por fazer vingar a demanda de X-Vantim que, apesar de satisfeito, aproveitou a ocasião para intervir em dois sentidos determinantes na sua afirmação como líder.

Numa primeira parte do discurso, alegou que também não concordava completamente com os persefitas, no seu radicalismo anti-plural que geraria indivíduos estanques, sem qualquer noção de circundante, preferindo uma versão final que fosse vertical, sim, mas com a possibilidade de ser também horizontal.

Propunha a passagem de vida para vida, no já previsto acumular biográfico através dos tempos, mas afirmando a liberdade de permitir a agregação horizontal, caso algum coletivo de espíritos, de forma pontual ou permanente, voluntariamente o desejasse.

Para terminar, confessou que se sentia um pouco humilhado por ver que estavam, naquele preciso momento, a ser discutidas questões que, no fundo, só aos espíritos diziam respeito, porém, eles não tinham sequer sido convidados a participar, fora sua a iniciativa de o fazer.

 

 

X-Vantim achava que as questões dos espíritos não deviam ser discutidas por ninguém a não ser pelos próprios, afirmação que galvanizou a comunidade espiritual e o confirmou como líder, até hoje, incontestado.

Surpreendidos, mas concordantes, Anúbis e Perséfone calaram os seus admiradores e decidiram-se pelos espíritos, que seriam eles, doravante, a decidir os seus desígnios.

Rapidamente uma pequena sociedade, operacionalizada pelos Indigo, liderada por X-Vantim, se organizou, reivindicando o espaço deixado pela partida definitiva de todo o Olimpo. Sem adversários, os espíritos passaram a ocupar todo o sobrenatural. Diversificaram-se por todas as partes do mundo, adaptando-se inteligentemente aos seus contextos naturais.

Pouco tempo depois da visita de Zeus, Poseidon e Hades e dos compromissos estabelecidos com Anúbis e Perséfone, os espíritos que quiseram, finalmente, encarnaram. No seu processo de irradiação estava compreendido que, até que todos os seres humanos tivessem um espírito, de cada vez que um espírito encarnasse, duplicava-se vazio, no ser humano mais próximo sem espírito, dando início, com essa encarnação, a uma nova biografia multividas.

Assim se espalharam por todo o mundo e assim foram acumulando conhecimento. Agora basta crescer o número de seres humanos a iluminar-se para conseguirmos todos finalmente aceder e despertar para tudo o que os nossos espíritos já viveram. Aí tornamo-nos todos imortais, pois sabemos que nos vamos lembrar de tudo quando, depois de morrermos, nascermos noutro corpo, noutro contexto, noutro tempo, quiçá noutra dimensão.

Os continuados e sólidos pactos de convivência entre X-Vantim e Anúbis e Perséfone tornaram o Portal de Pedro num local de vida permanente, confortável, onde até ainda há espíritos, entre os quais X-Vantim, que ainda o habitam desde o início, sem nunca terem encarnado, ainda dos 100 originais.

As duas dezenas de pré-encarnados, quase todos Indigo, que ainda vagueiam pelo Portal de Pedro funcionam como um cérebro central, pois vão-se unificando, pontualmente em fluxo horizontal, com espíritos desencarnados criteriosamente selecionados.

 

 

Recebem destes novas biografias que adicionam ao seu já longo espólio enquanto partilham com eles todo o seu conhecimento, enriquecendo-os exponencialmente.

 

 

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III. Irradiação

 

Senhores de todo o espaço sobrenatural, onde nenhuma das leis dos três principais ângulos da vida humana (o tempo, o espaço e o movimento) se aplica, os espíritos foram ocupando todas as possibilidades necessárias e possíveis da existência incorpórea.

X-Vantim, compreendendo a possibilidade de se manter pela eternidade, oferece aos seres humanos a possibilidade de, através de um processo de tomada de consciência, aceder a um banco de dados que lhes permite ultrapassar todas as limitações do corpo, carnal, encarnado, eternizando a sua noção de vida, numa contínua alternância de experiências encarnadas e desencarnadas.

Fá-lo ainda, num golpe de mestre, assumindo o compromisso de adaptar os espíritos aos diferentes cenários culturais onde a sua ação se manifestasse, assumindo multiformas planetárias que, atualmente, podem ir das assombrações, caso dos Orixás, às mais requintadas identificações pelo Espiritismo, onde a individualidade dos espíritos é reconhecida e personalizada, com a convicção emocionada que Kardec despoletaria.

 

 

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IV. Diversificação

 

 

A evolução do mundo dos espíritos tem sido, ainda é, bastante dinâmica. São inúmeros os casos, como o meu, em que um espírito já assume as suas multividas, mantendo-se através do tempo, saltando de corpo em corpo, sempre com a consciência desperta para toda a sua biografia intemporal.

Há, porém, alguns espíritos que, resistindo ao ímpeto da eternidade, desiludidos pela incapacidade humana em se iluminar, não encarnam de imediato, criando uma arritmia nas suas encarnações. Por motivações diversas, normalmente associadas a más experiências enquanto vivos, ficam desencarnados demasiado tempo para conseguirem reencarnar facilmente. Perdem-se na malha do tempo e, pela sua desorientação, Anúbis e Perséfone não gostam deles e perseguem-nos, acham-nos desordeiros e demasiado irreverentes, forçam à encarnação os que alcançam.

Estes espíritos perdidos e vagabundos, não sendo, portanto, bem-vindos no Portal de Pedro, acabam por deambular no mundo dos encarnados, interferindo com eles, criando incompreensões. A sua aproximação dos vivos, acaba por, na maioria dos casos, não fazer mais do que interferir desordenadamente com a vida mortal, a que ainda não despertou.

Desde o início que, neste processo de interação com os seres humanos, os espíritos, assim o decidira X-Vantim, vão assimilando todas as conceções culturais que o mundo sugere, diversificando-se em tribalismos.

 

 

Além das tradicionais e locais interpretações do fenómeno, a individualização dos espíritos, assumindo a sua regra do fluxo vertical de consolidação através do indivíduo, do singular, fez sobressair caraterísticas de personalidade, completamente fora de quaisquer estatísticas étnicas, que obrigaram os estudos a considerar novas categorias, mas de ordem comportamental.

Considerando a sua forma de atuação, temos hoje, principalmente destes espíritos perdidos e malditos que vagueiam entre os humanos, um melhor conhecimento.

Já conseguimos, nesta nova leitura, compreender melhor casos extremos como as possessões completas, a forma mais manipuladora de encarnação pontual (a que não advém de nenhum nascimento); os espíritos provocadores, como os poltergeists, que brincam com as leis da física, aterrorizando os vivos; ou os espíritos de fusão, como os zombies.

 

 

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V. Avanço humano

 

Descendentes do Espiritismo, o movimento Neo-Kardecista vem revolucionar a relação entre os humanos, ainda mortais, com os espíritos rejeitados do Portal de Pedro, uma vez que a procura da iluminação individual deixou de ser o motor de arranque, passando a interação encarnados e desencarnados a ser a fundamentação da sua existência.

Em quase todos os centros importantes do Neokardecismo há um Grupo de Intervenção Paranormal (GIP). Estes ajudam cada indivíduo que precise de ajuda a conviver com o fenómeno espiritual, conhecendo-o. Para tal usam equipamento de ponta, tecnologia completamente inconcebível nos padrões científicos oficiais, com a qual vão controlando, com relativo sucesso, essas interações.

Ainda assim são os únicos a fazê-lo. Pioneiros em tudo.

Sendo formados por cientistas espiritas tecnológicos, os GIP, espalhados por esse mundo fora, dedicam-se, além do serviço público que prestam de auxílio espiritual, à constante criação e recriação de instrumentos cada vez mais eficazes, primeiro na compreensão dos fenómenos, depois, mais emblemática, num certo policiamento dos espíritos vagabundos, conseguindo controlá-los e evitar as suas indesejadas intervenções na vida humana mortal, mas não só, perturbando também, indiretamente, os já iluminados.

Com esse propósito e situando-nos, de forma mais focada, na fase da compreensão destes espíritos rejeitados, em 2012, em Madagáscar, os Mad-GIP apresentam o revolucionário Objetivador de Sombras, através do qual conseguem observar o impensável, revelando a existência de resíduos interdimensionais em memórias multividas, inconcebíveis e dinâmicos fragmentos físicos, impossíveis no nosso conceito de tudo o que é, por ser no universo, universal.

Os portugueses Yama-GIP, em 2019, confirmam o legado do Objetivador de Sombras, reformulando-o em parcelares níveis quânticos, no mundialmente famoso Revisionista, grosseiramente, um projetor holográfico que persegue percursos biográficos de espíritos desencarnados nefastos, camuflados noutras dimensões de tempo, confirmando a interdimensionalidade dos resíduos encontrados pelos Mad-GIP.

 

 

Insatisfeitos, em 2021, os Yama-GIP exibem o Revisionista21 e com ele foram muito mais longe reformulando a dimensão meramente holográfica da projeção em matéria fisicamente experienciável, eliminando quaisquer dúvidas da sua eficácia.

O Revisionista21 permite, então, não só apreciar sensorialmente todo o contexto visitado como, de forma cada vez mais controlada, interagir com esses contextos alternativos.

Através dele também foram descobertos outros espíritos nessas mesmas dimensões, atestando a existência espiritual interdimensional de forma ainda mais consistente e representativa.

É sempre temporário o refúgio de espíritos noutras dimensões, pois da sua sobrevivência depende o voltar, em tempos definidos, ao Portal de Pedro. Aí Anúbis e Perséfone, antes de os libertar, obrigam-nos sempre a uma encarnação terrestre. Levarão consigo informação preciosa de outras formas de ser, assim o encarnado a que se una consiga em tempo útil despertar para o tempo sem tempo e ser eterno, com a experiência acumulada de como viajar para outras dimensões numa imensidão de hipóteses de realização espiritual, e o conhecimento do impensável, dada a ilimitada lista de possibilidades interdimensionais gravadas na sua memória espiritual, suas de imediato, assim se ilumine.

As já várias interações confirmadas consensualmente levaram os Yama-GIP a cunhar o termo EI (Espiritualidade Interdimensional), com o qual extravasaram, definitivamente, as balizas em que, até com alguma flexibilidade, entendíamos os espíritos, tendo, como efeito secundário, criado algum desconforto no movimento Neo-Kardecista, uma vez que se está a entrar num domínio desconhecido e podem-se trazer para esta realidade influências indeterminadas, com efeitos igualmente difíceis de prever.

Na apresentação do termo EI, os Yama-GIP fundamentam que o que o Revisionista21 possibilita em realidades espirituais é só concebível num certo conceito quântico, que associam à noção neo-kardecista de envolvente espiritual, uma realidade regida por leis que promovem o convívio do que é estático com o que se reformula constantemente. 

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